A PolΓcia Federal deve ouvir hoje o ex-ministro-chefe do Gabinete de SeguranΓ§a Institucional (GSI), general GonΓ§alves Dias, sobre sua participação nos ataques de 8 de janeiro ao PalΓ‘cio do Planalto. Dias pediu demissΓ£o na quarta-feira (19), apΓ³s a divulgação de imagens que mostram ele e outros militares do GSI interagindo com os invasores que tentaram derrubar o governo do presidente Lula.
O depoimento de Dias Γ© considerado fundamental para esclarecer o papel do GSI na seguranΓ§a do PalΓ‘cio e na reação aos atos golpistas. A suspeita Γ© que houve conivΓͺncia ou omissΓ£o da pasta diante das ameaΓ§as Γ democracia. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsΓ‘vel pelas investigaçáes, determinou que sejam identificados todos os militares que aparecem nas gravaçáes.
Dias era ministro do GSI desde janeiro de 2023, quando substituiu o general Augusto Heleno, que se tornou senador pelo PSL. Dias era considerado um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que liderou os protestos antidemocrΓ‘ticos e foi preso por incitar a violΓͺncia contra as instituiçáes. Dias tambΓ©m era prΓ³ximo do ex-vice-presidente Hamilton MourΓ£o, hoje tambΓ©m senador pelo PRTB.
A saΓda de Dias do GSI representa uma mudanΓ§a na estrutura de poder do governo Lula, que busca afastar os militares das decisΓ΅es polΓticas e administrativas. O novo ministro interino do GSI Γ© Ricardo Cappelli, civil e filiado ao PCdoB. Ele terΓ‘ a missΓ£o de fazer um diagnΓ³stico das competΓͺncias e tarefas atribuΓdas a cada um dos integrantes do GSI e propor uma reformulação da pasta.
O depoimento de Dias Γ PF serΓ‘ acompanhado com atenção pela opiniΓ£o pΓΊblica e pelos Γ³rgΓ£os de controle. Espera-se que ele esclareΓ§a as circunstΓ’ncias em que abriu uma porta prΓ³xima ao gabinete da presidΓͺncia para os golpistas saΓrem e por que nΓ£o acionou as forΓ§as de seguranΓ§a para conter a invasΓ£o. AlΓ©m disso, ele deverΓ‘ explicar se tinha conhecimento prΓ©vio dos planos dos manifestantes e se recebeu orientaçáes de Bolsonaro ou MourΓ£o para facilitar ou tolerar os ataques.
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