Queda do DΓ³lar.


DΓ³lar dia 11 de abril 2023.

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O dólar fechou em forte queda nesta terça-feira (11), abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde fevereiro, refletindo o otimismo dos investidores com o cenÑrio externo e interno. A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 4,9934, uma desvalorização de 1,44% em relação ao fechamento anterior. No ano, o dólar acumula uma queda de 1,95% frente ao real.

Um dos fatores que contribuíram para a baixa do dólar foi a divulgação da inflação oficial de março no Brasil. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve pressão da gasolina em março, mas desacelerou a alta para 0,71%, abaixo das expectativas do mercado. No acumulado em 12 meses, o índice ficou em 4,65%, ainda acima do centro da meta de 3,75%, mas dentro do intervalo de tolerÒncia de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A inflação mais fraca do que o esperado reduziu as apostas de uma alta mais agressiva da taxa bΓ‘sica de juros (Selic) na prΓ³xima reuniΓ£o do Copom (ComitΓͺ de PolΓ­tica MonetΓ‘ria), marcada para os dias 18 e 19 de abril. A Selic estΓ‘ atualmente em 2,75% ao ano e a expectativa Γ© que suba para 3,5% ou 3,75%. Juros mais altos tendem a atrair capital estrangeiro para o paΓ­s e valorizar o real.

Outro fator que favoreceu o real foi o cenÑrio político mais tranquilo, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter se reunido com os chefes dos outros poderes na semana passada e ter divulgado uma nota conjunta em defesa da harmonia institucional e do combate à pandemia. Além disso, o avanço da vacinação contra a covid-19 no país também animou os investidores, que esperam uma recuperação mais rÑpida da economia brasileira.

No exterior, o dólar também perdeu força ante as principais moedas emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano, diante do apetite por risco dos agentes globais. Os mercados internacionais reagiram positivamente aos dados da inflação nos Estados Unidos, que mostraram um aumento de 0,6% em março na comparação com fevereiro e de 2,6% na comparação anual. Apesar da aceleração dos preços, os números vieram em linha com as projeçáes e não alteraram as expectativas sobre a manutenção dos estímulos monetÑrios pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

O Fed tem afirmado que nΓ£o pretende elevar os juros ou reduzir as compras de ativos enquanto a economia americana nΓ£o se recuperar totalmente da crise provocada pela pandemia. A polΓ­tica monetΓ‘ria frouxa do Fed favorece os fluxos de capital para os paΓ­ses emergentes, que oferecem retornos mais atrativos aos investidores.

Para os próximos dias, os analistas esperam que o dólar continue oscilando em torno de R$ 5, mas sem romper esse patamar de forma consistente. Segundo eles, ainda hÑ incertezas sobre o ritmo de crescimento do Brasil e sobre o cenÑrio fiscal, que podem limitar a valorização do real. Além disso, hÑ riscos geopolíticos que podem afetar o humor dos mercados, como as tensáes entre Estados Unidos e China e entre Rússia e UcrÒnia.

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