O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ficar inelegΓvel para as eleiΓ§Γ΅es de 2022 se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar procedente a aΓ§Γ£o movida pelo PDT, que acusa Bolsonaro de abuso de poder polΓtico por ter feito ataques infundados ao sistema eletrΓ΄nico de votaΓ§Γ£o em uma reuniΓ£o com embaixadores estrangeiros no PalΓ‘cio da Alvorada, em julho de 2022. O julgamento estΓ‘ marcado para o dia 22 de junho e pode ter consequΓͺncias profundas para o cenΓ‘rio polΓtico brasileiro.
Neste artigo, vamos analisar os possΓveis desdobramentos do caso e as chances de Bolsonaro ser impedido de concorrer Γ reeleiΓ§Γ£o. TambΓ©m vamos explicar o que Γ© o abuso de poder polΓtico e como ele pode ser caracterizado na conduta do ex-presidente. Por fim, vamos discutir as alternativas que Bolsonaro teria caso fosse declarado inelegΓvel pelo TSE.
O que Γ© abuso de poder polΓtico?
Segundo o artigo 22 da Lei Complementar nΒΊ 64/1990, que estabelece os casos de inelegibilidade, constitui abuso de poder polΓtico \"o uso indevido de cargo ou funΓ§Γ£o pΓΊblica em benefΓcio de candidato, partido polΓtico ou coligaΓ§Γ£o\". O abuso de poder polΓtico pode ocorrer quando um agente pΓΊblico usa a sua posiΓ§Γ£o ou os recursos do Estado para influenciar o eleitorado a favor ou contra determinada candidatura, partido ou coligaΓ§Γ£o, comprometendo a normalidade e a legitimidade das eleiΓ§Γ΅es.
O abuso de poder polΓtico pode ser punido com a cassaΓ§Γ£o do registro ou do diploma do candidato beneficiado e com a declaraΓ§Γ£o de sua inelegibilidade por oito anos, conforme o artigo 22, inciso XIV, da mesma lei. A inelegibilidade impede que o candidato se registre para concorrer a qualquer cargo eletivo no perΓodo determinado pela JustiΓ§a Eleitoral.
Como Bolsonaro pode ter cometido abuso de poder polΓtico?
A aΓ§Γ£o movida pelo PDT contra Bolsonaro se baseia em um episΓ³dio ocorrido em 29 de julho de 2022, quando o entΓ£o presidente da RepΓΊblica convocou uma reuniΓ£o com embaixadores estrangeiros no PalΓ‘cio da Alvorada para apresentar supostas provas de fraudes nas urnas eletrΓ΄nicas e defender a adoΓ§Γ£o do voto impresso nas eleiΓ§Γ΅es. Na ocasiΓ£o, Bolsonaro fez declaraΓ§Γ΅es sem fundamento que colocavam em dΓΊvida a seguranΓ§a e a confiabilidade do sistema eletrΓ΄nico de votaΓ§Γ£o brasileiro, que Γ© auditΓ‘vel e nunca registrou casos comprovados de fraude desde sua implantaΓ§Γ£o, em 1996.
Para o PDT, Bolsonaro usou indevidamente a estrutura e os recursos do Estado para fazer propaganda eleitoral antecipada e negativa contra seus adversΓ‘rios polΓticos, alΓ©m de desacreditar as instituiΓ§Γ΅es democrΓ‘ticas e ameaΓ§ar a realizaΓ§Γ£o das eleiΓ§Γ΅es. O partido argumenta que Bolsonaro agiu com o objetivo de beneficiar sua prΓ³pria candidatura Γ reeleiΓ§Γ£o e prejudicar as demais, violando os princΓpios da impessoalidade, da moralidade e da probidade administrativa.
O MinistΓ©rio PΓΊblico Eleitoral (MPE), Γ³rgΓ£o responsΓ‘vel pela fiscalizaΓ§Γ£o das eleiΓ§Γ΅es, concordou com a tese do PDT e opinou pela condenaΓ§Γ£o de Bolsonaro por abuso de poder polΓtico. Para o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, Bolsonaro \"buscou o benefΓcio pessoal\" ao usar recursos estatais para disseminar No dia 22 de junho, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, irΓ‘ levar a julgamento a aΓ§Γ£o que pode tornar Bolsonaro inelegΓvel.
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