31 de marΓ§o de 1964.

 OlΓ‘, leitores! Hoje vamos falar sobre um tema que marcou a histΓ³ria do Brasil: o 31 de marΓ§o de 1964. Nessa data, hΓ‘ 59 anos, ocorreu o golpe militar que derrubou o presidente JoΓ£o Goulart e instaurou uma ditadura que durou atΓ© 1985. Mas como e por que isso aconteceu? Quais foram as consequΓͺncias para o paΓ­s e para a sociedade? Vamos tentar responder essas perguntas neste post.

foto da internet

O contexto do golpe
O Brasil vivia uma crise polΓ­tica, econΓ΄mica e social desde o final da dΓ©cada de 1950. O presidente JΓ’nio Quadros, eleito em 1960 com uma ampla maioria de votos, renunciou em agosto de 1961, apΓ³s apenas sete meses de governo. Ele alegou que sofria pressΓ΅es de forΓ§as ocultas e tentou criar uma comoΓ§Γ£o popular que o levasse de volta ao poder, mas nΓ£o obteve sucesso.

O vice-presidente JoΓ£o Goulart, conhecido como Jango, era o sucessor natural, mas enfrentou resistΓͺncia dos setores conservadores da sociedade e das ForΓ§as Armadas, que o acusavam de ser comunista e populista. Jango era ligado ao trabalhismo de GetΓΊlio Vargas e defendia reformas estruturais no paΓ­s, como a agrΓ‘ria, a urbana, a educacional e a tributΓ‘ria. Essas reformas eram vistas como ameaΓ§as pelos latifundiΓ‘rios, empresΓ‘rios, igreja e mΓ­dia.

Para evitar uma guerra civil, foi negociada uma soluΓ§Γ£o parlamentarista, na qual Jango assumiria a presidΓͺncia com poderes reduzidos e um primeiro-ministro indicado pelo Congresso seria o chefe de governo. Essa fΓ³rmula durou atΓ© janeiro de 1963, quando um plebiscito popular restabeleceu o presidencialismo.

A partir daΓ­, Jango tentou implementar seu programa reformista, mas encontrou forte oposiΓ§Γ£o no Congresso Nacional e na sociedade. AlΓ©m disso, o paΓ­s enfrentava uma grave crise econΓ΄mica, com inflaΓ§Γ£o alta, dΓ­vida externa crescente e baixo crescimento. A situaΓ§Γ£o social era marcada por greves, manifestaΓ§Γ΅es e conflitos no campo e nas cidades.

Jango tambΓ©m se aproximou dos movimentos populares e de esquerda, como as Ligas Camponesas, os sindicatos, os estudantes e os militares de baixa patente. Ele tambΓ©m rompeu com os Estados Unidos, que apoiavam os grupos anticomunistas no Brasil e na AmΓ©rica Latina. Jango buscou uma polΓ­tica externa independente e estreitou relaΓ§Γ΅es com paΓ­ses socialistas, como Cuba e China.

O estopim do golpe
O ponto culminante da crise polΓ­tica ocorreu em marΓ§o de 1964. No dia 13 daquele mΓͺs, Jango participou de um grande comΓ­cio na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde anunciou medidas radicais para acelerar as reformas de base. Entre elas estavam a desapropriaΓ§Γ£o de terras improdutivas para fins sociais, a nacionalizaΓ§Γ£o das refinarias de petrΓ³leo estrangeiras e a limitaΓ§Γ£o da remessa de lucros das empresas multinacionais.

O comΓ­cio foi visto como um desafio Γ  ordem constitucional e um passo para a instalaΓ§Γ£o de uma ditadura socialista no Brasil. A reaΓ§Γ£o dos setores conservadores foi imediata. No dia 19 de marΓ§o, ocorreu a Marcha da FamΓ­lia com Deus pela Liberdade em SΓ£o Paulo, que reuniu cerca de 500 mil pessoas contra o governo Jango. A marcha contou com o apoio da igreja catΓ³lica, dos empresΓ‘rios e da imprensa.
No dia 25 de marΓ§o de 1964, Jango foi a Porto Alegre participar de um encontro dos sargentos da Marinha. Na ocasiΓ£o, ele defendeu as reformas de base que pretendia implementar em seu governo, como a reforma agrΓ‘ria e a nacionalizaΓ§Γ£o das refinarias de petrΓ³leo. Essas medidas eram vistas com desconfianΓ§a pelas elites e pelos militares, que temiam uma guinada socialista no Brasil.

O discurso de Jango foi transmitido pela TV e pela rΓ‘dio, causando grande repercussΓ£o no paΓ­s. No dia seguinte, ele foi ao Rio de Janeiro e discursou para uma multidΓ£o na Central do Brasil, reafirmando seu compromisso com as reformas. Esses eventos foram considerados o estopim para o golpe militar que derrubou Jango em 31 de marΓ§o de 1964.

Neste post,  analisamos o contexto histΓ³rico e polΓ­tico que levou ao encontro dos sargentos da Marinha em Porto Alegre e as consequΓͺncias do discurso de Jango para o seu governo e para a democracia brasileira.

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