Bolsonaro de volta ao Brasil: O Ex-Presidente retorna depois de 89 dias nos EUA

 O grande desafio para o Bolsonaro é unir todas as lideranças politicas de direita.

 O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um grande desafio para manter a sua liderança no campo da direita e da extrema-direita no Brasil. Após perder a reeleição em 2022 para o seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro viu sua popularidade cair e sua base de apoio se fragmentar.

Bolsonaro conseguiu, durante o seu mandato, capitalizar um amplo espectro de pautas conservadoras, que iam desde o liberalismo econômico até o racismo, o machismo e a homofobia. Ele também se beneficiou da polarização política e do antipetismo, que mobilizaram milhões de eleitores insatisfeitos com a corrupção e a crise econômica.

No entanto, Bolsonaro também cometeu vários erros e enfrentou diversas crises, que minaram a sua credibilidade e a sua legitimidade. Entre elas, destacam-se a sua gestão desastrosa da pandemia de covid-19, que causou quase 700 mil mortes no país; as denúncias de corrupção envolvendo a sua família e os seus aliados; as tentativas de interferir nas instituições democráticas e de incitar um golpe militar; e a sua política externa isolacionista e subserviente aos interesses dos Estados Unidos.

Esses fatores contribuíram para que Bolsonaro perdesse apoio de setores importantes da sociedade, como os empresários, os militares, os evangélicos e os movimentos de direita que lideraram as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Além disso, Bolsonaro enfrenta a concorrência de outros políticos que tentam ocupar o seu espaço na direita, como o governador de São Paulo, João Doria; o apresentador Luciano Huck; e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

Diante desse cenário, Bolsonaro tem o desafio de unir todas as lideranças políticas de direita em torno do seu projeto político, que ainda é nebuloso e inconsistente. Para isso, ele terá que superar as divergências ideológicas, programáticas e pessoais que existem entre os diferentes grupos e partidos que compõem esse campo. Ele também terá que reconquistar a confiança dos eleitores que se decepcionaram com o seu governo e que buscam alternativas mais moderadas e pragmáticas.

No entanto, Bolsonaro parece não estar disposto a fazer concessões ou a dialogar com os seus adversários. Pelo contrário, ele continua apostando na radicalização do seu discurso e na mobilização das suas bases mais fiéis, que ainda o veem como um "mito" e um salvador da pátria. Ele também continua atacando as instituições democráticas e ameaçando a realização das eleições em 2026, caso não seja implantado o voto impresso.

Essa estratégia pode ser arriscada e contraproducente para Bolsonaro, pois pode afastar ainda mais os setores moderados da direita e aumentar a sua rejeição na sociedade. Além disso, pode gerar uma reação das forças democráticas e das autoridades judiciais, que podem impor limites ao seu comportamento autoritário e antidemocrático.

Portanto, Bolsonaro tem um grande desafio pela frente se quiser manter a sua liderança na direita e tentar voltar ao poder em 2026. Ele terá que mostrar capacidade de articulação política, de renovação de ideias e de respeito às regras do jogo democrático. Caso contrário, ele corre o risco de se tornar cada vez mais isolado e irrelevante no cenário político nacional.

 

 

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