Como governo pretende taxar sites chineses que vendem produtos para o Brasil.

 

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VocΓͺ jΓ‘ comprou algum produto em sites como AliExpress, Wish, Shein ou Shopee? Se sim, vocΓͺ pode ter se beneficiado de preΓ§os mais baixos e de uma variedade maior de produtos do que os encontrados no mercado nacional. Mas vocΓͺ sabia que essas compras podem estar prejudicando a indΓΊstria e o comΓ©rcio brasileiros, alΓ©m de reduzir a arrecadação de impostos do governo?

Essa Γ© a visΓ£o de alguns empresΓ‘rios e parlamentares que defendem a taxação dos sites chineses que vendem produtos para o Brasil. Eles alegam que hΓ‘ uma concorrΓͺncia desleal, pois esses sites nΓ£o pagam tributos no paΓ­s e ainda se aproveitam de uma brecha na legislação que permite a isenção de impostos para encomendas de atΓ© 50 dΓ³lares enviadas por pessoas fΓ­sicas.

Segundo uma reportagem do jornal DiΓ‘rio do Nordeste, o governo federal estΓ‘ preparando uma medida provisΓ³ria (MP) para tributar esses sites, apΓ³s pressΓ΅es de empresΓ‘rios do setor de varejo, como Luciano Hang, dono da Havan, e Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser. A MP teria como objetivo combater o que o secretΓ‘rio especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, chamou de "camelΓ³dromo virtual".

A ideia é que os sites chineses sejam obrigados a se registrar no Brasil e a recolher os impostos devidos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto de Importação (II) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Além disso, a MP também pretende fiscalizar o fluxo financeiro e a declaração das mercadorias, que muitas vezes não correspondem à realidade.

A medida pode gerar uma arrecadação extra para o governo, que busca aumentar as receitas para cumprir as metas fiscais e viabilizar o novo arcabouΓ§o fiscal, que prevΓͺ um crescimento real das despesas em um intervalo de 0,6% a 2,5%, dependendo do comportamento das receitas no ano anterior. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo precisa de cerca de 150 bilhΓ΅es de reais para zerar o dΓ©ficit fiscal em 2024.

Mas qual seria o impacto dessa medida para os consumidores brasileiros? Segundo especialistas, a taxação dos sites chineses pode encarecer os produtos importados e reduzir as opçáes de compra. Além disso, pode haver um aumento da informalidade e da sonegação fiscal por parte dos vendedores estrangeiros, que podem tentar burlar as regras ou repassar os custos para os compradores.

Por outro lado, a medida pode beneficiar os produtores e comerciantes nacionais, que enfrentam uma concorrΓͺncia desleal dos sites chineses. Segundo dados da Associação Brasileira da IndΓΊstria ElΓ©trica e EletrΓ΄nica (Abinee), as importaçáes de produtos eletrΓ΄nicos da China cresceram 58% em 2022, enquanto as exportaçáes brasileiras caΓ­ram 12%. A taxação dos sites chineses poderia estimular a produção local e gerar mais empregos e renda no paΓ­s.

A medida também pode ter um impacto ambiental positivo, ao reduzir o consumo excessivo e o descarte de produtos de baixa qualidade e durabilidade. Segundo um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as compras online internacionais geram uma emissão média de 1,4 kg de CO2 por produto transportado por via aérea. A taxação dos sites chineses poderia incentivar um consumo mais consciente e sustentÑvel.

Ainda nΓ£o hΓ‘ uma data definida para a publicação da MP, mas espera-se que ela seja editada nos prΓ³ximos dias. A medida deve gerar debates e polΓͺmicas entre os diferentes setores envolvidos. E vocΓͺ, o que acha dessa proposta? Deixe sua opiniΓ£o nos comentΓ‘rios!                                                

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