Nicarágua expulsa freiras na mais recente repressão à Igreja Católica e oposição.



A Nicarágua vive uma grave crise política e social desde 2018, quando o governo de Daniel Ortega reprimiu violentamente os protestos populares que exigiam sua saída do poder. Desde então, o regime autoritário tem perseguido e detido seus opositores, entre eles jornalistas, ativistas, estudantes e líderes religiosos.

Um dos alvos preferenciais da ditadura é a Igreja Católica, que tem denunciado as violações de direitos humanos cometidas pelo governo e tentado mediar uma solução pacífica para o conflito. Nos últimos meses, a repressão contra a Igreja se intensificou, com a prisão de bispos, o fechamento de rádios católicas e a expulsão de freiras estrangeiras.

Em setembro deste ano, o governo ordenou a saída do país das Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus, uma congregação espanhola que atuava na Nicarágua há 60 anos. As freiras se dedicavam à educação de crianças e jovens carentes, à assistência aos enfermos e à evangelização nas comunidades rurais.

Segundo a irmã María del Carmen Rueda, superiora geral da congregação, as autoridades nicaraguenses não deram nenhuma explicação para a expulsão das religiosas. Ela disse que as freiras foram tratadas com respeito pelos funcionários do governo, mas que sentiram uma grande tristeza por terem que deixar o país onde serviram por tanto tempo.

Essa não foi a primeira vez que o regime de Ortega expulsou freiras da Nicarágua. Em agosto de 2021, as Missionárias da Caridade da Santa Madre Teresa de Calcutá foram obrigadas a sair do país após 40 anos de trabalho com os mais pobres e marginalizados. A ordem fundada pela santa albanesa tinha três casas na Nicarágua, onde atendia cerca de 300 pessoas por dia.

A expulsão das freiras faz parte de uma estratégia do governo para enfraquecer a Igreja Católica no país, que tem cerca de 60% da população. O regime acusa os bispos e padres de serem "golpistas" e "conspiradores" contra o Estado. Além disso, o governo tem promovido outras denominações religiosas que apoiam Ortega, como os evangélicos e os católicos reformados.

A situação da Igreja na Nicarágua é preocupante e exige a solidariedade e a oração de todos os cristãos do mundo. As freiras expulsas deixaram um vazio nas comunidades onde atuavam, mas também um testemunho de fé, esperança e caridade. Que Deus as abençoe e as proteja em sua nova missão.

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